A SAÚDE DO CÃO
Cuidar da saúde e do bem-estar do seu cão é uma parte muito gratificante desta relação. Medidas e precauções simples, que pode tomar em casa, combinadas com uma rotina saudável, exames clínicos periódicos e dedicação ao planeamento preventivo de saúde recomendado pelo seu Médico Veterinário contribuirão para muitos anos de felicidade juntos. Ao manter o seu cão saudável e feliz, você terá muitos momentos agradáveis com o seu melhor amigo.
Alguns pontos básicos que deve considerar incluem:
- Visitas regulares ao Médico Veterinário. Os exames clínicos fazem parte da rotina regular de todos os cães, para que possa receber as melhores recomendações sobre cuidados preventivos (por exemplo, tratamentos antiparasitários, protocolos de vacinação, esterilização).
- Alimentação certa. Uma dieta adequada e equilibrada, que seja apropriada para a raça, para o porte e para o nível de atividade do seu cão. Peça orientações ao seu Médico Veterinário.
- Tempo suficiente para fazer exercícios. Uma rotina de exercícios variada manterá o seu cão estimulado e em forma e, possivelmente, também lhe proporcionará a si os mesmos benefícios!
- Atenção à higiene oral. Siga as recomendações do seu Médico Veterinário para manter a saúde dos dentes e das gengivas do seu cão.
- Higiene. Incluindo pelos, unhas e o acompanhamento da saúde da pele e pelo. Considere uma visita a um profissional especializado.
ESTÁ A CONSIDERAR LEVAR PARA CASA UM CÃO DE RAÇA?
Aprenda sobre os possíveis problemas de saúde relacionados a raças puras. Algumas raças de cães podem ser mais propensas a certos tipos de problemas de saúde do que outras. É útil estar ciente desses possíveis problemas em alguns cães de raça. Veja os links da Web no final. Consultar o Médico Veterinário para fornecer ao seu pet cuidados preventivos, incluindo dieta, exercício, vacinação e controlo de parasitas, é uma ótima maneira de promover a saúde e o bem-estar geral do seu cão, independentemente da raça.
Marque uma consulta com o Médico Veterinário assim que receber em casa o seu novo cachorro ou o seu cão adotado de um abrigo. Esta é uma excelente forma de receber os melhores conselhos para iniciar a sua jornada com o novo membro da sua família.
O QUE PRECISA DE SABER SOBRE VACINAÇÃO
Uma das primeiras conversas que provavelmente terá com o seu Médico Veterinário é sobre o protocolo de vacinação. As vacinas aumentam a imunidade do seu cão contra doenças infeciosas e protegem o seu pet toda a vida.
As vacinas ajudam o sistema imunitário do cão a preparar-se antecipadamente contra o risco de exposição a doenças infeciosas. Muitas vacinas são administradas na forma de injeções subcutâneas, mas outras podem ser aplicadas por meio de gotas nasais.
Levar o seu cão para fazer exames clínicos regularmente e seguir o plano de vacinação recomendado, vai garantir que o seu pet recebe cuidado e proteção de elevados padrões de qualidade.
A PARTIR DE QUE IDADE O MEU CACHORRO DEVE SER VACINADO?
Quando os cachorros nascem, recebem a proteção natural dos anticorpos maternos através do leite. Essa imunidade fornece uma elevada proteção aos cachorros nas suas primeiras semanas de vida, porém, à medida que crescem, essa imunidade diminui. Está na hora do sistema imunitário do próprio cachorro assumir o controlo, e esse processo é apoiado pela vacinação. Normalmente, as vacinas são administradas a partir das 6 a 8 semanas de vida, mas há protocolos que podem iniciar-se logo às 4 semanas para uma imunização mais precoce dos animais considerados como expostos a um maior risco de infeção.
COM QUE FREQUÊNCIA DEVO VACINAR O MEU CÃO?
As vacinas iniciais dos cachorros serão administradas numa série de injeções, geralmente com algumas semanas de intervalo. À medida que cresce, o seu cão receberá vacinas adicionais, normalmente em intervalos entre 12 e 36 meses, dependendo da recomendação do fabricante. O seu Médico Veterinário poderá fornecer os detalhes sobre o plano de vacinação que o ajudará a proteger o seu cão durante toda a vida.
QUAIS AS VACINAS QUE O MEU CÃO DEVE TOMAR?
Diferentes vacinas poderão ser recomendadas, dependendo do estilo de vida do seu cão e da zona onde vive. Exemplos de doenças contra as quais o seu cão pode ser vacinado incluem:
- Parvovirose canina
- Esgana
- Hepatite infeciosa
- Leptospirose
- Tosse do canil
- Raiva
Guarde o registo das vacinas e atualize o Boletim de Vacinas quando o seu cão receber reforços. Ter o Boletim de Vacinas atualizado é essencial nas visitas ao seu Médico Veterinário ou para viajar para o estrangeiro. Pode também ser exigido nos Hotéis Caninos ou em serviços de cuidados de dia ou de passeio de cães.
QUE RISCOS CORRE UM CÃO NÃO VACINADO?
A emoção do seu cachorrinho ao sair para explorar contribui para a diversão do passeio — os cães adoram farejar, lamber e, às vezes, beber água suja, mas tudo isso faz parte da aventura! O seu cão também poderá encontrar outros cães ao longo do caminho e, geralmente, não dá para saber quais são as condições de saúde dos outros animais. Além disso, há a possibilidade de encontrar animais selvagens, que também podem ser portadores de doenças contagiosas, incluindo a raiva, embora isso seja muito raro.
Se tiver um cachorro muito jovem, deve ficar atento a infeções por parvovírus, uma das doenças mais graves e que infelizmente pode ser fatal; mas, felizmente, há vacinas seguras e eficazes disponíveis!
PARVOVIROSE
O parvovírus é um vírus altamente infecioso que ataca o revestimento do trato digestivo dos cães. É transmitido através da exposição ao vírus presente nas fezes de outros cães infetados. O vírus pode permanecer vivo até um ano ou mais e não é facilmente inativado, por isso é difícil saber se o seu cão foi exposto ou se corre esse risco. Este vírus pode causar uma doença grave, que progride rapidamente. Por este motivo, é importante ter a proteção da vacinação e discutir qualquer preocupação de saúde com o seu Médico Veterinário.
Os sinais de infeção por parvovírus podem incluir:
- Aparecimento repentino ou rápido de letargia (inatividade)
- Vómito persistente
- Diarreia líquida, por vezes com sangue
- Apetite reduzido
A vacinação é fundamental para prevenir esta infeção e proteger o seu cão. A vacinação deve começar enquanto o seu cão ainda é cachorro, sendo muito eficaz na redução dos riscos desta doença.
E QUANTO AOS TRATAMENTOS ANTIPARASITÁRIOS?
Tratamentos antiparasitários regulares são importantes, mesmo em cães vacinados.
Idealmente, a mãe do seu cachorro deveria ter sido desparasitada antes do parto, pois alguns parasitas podem ser transmitidos antes mesmo do nascimento.
Por precaução, é uma boa ideia desparasitar o seu cão.
O Médico Veterinário poderá recomendar os melhores produtos contra parasitas internos, tendo em conta o peso e a idade do seu cão.
Alguns parasitas podem ser transmitidos pela picada de mosquitos. O verme do coração (dirofilária) é um exemplo destes parasitas e há evidências de aumento nos números de infeções por dirofilária em cães, principalmente nos EUA (American Heartworm Society [Sociedade Norte-americana da Dirofilariose], 2016).
A DIROFILARIOSE
O verme do coração é transmitido aos cães através da picada de um mosquito infetado, que transporta os parasitas jovens. Após a picada do mosquito, demora cerca de sete meses até que essas larvas amadureçam dentro do coração do cão até à fase adulta. Uma vez adultos, começam a reproduzir-se, dando origem a novos vermes jovens, que infetarão outros mosquitos que picarem o cão. Os sinais da dirofilariose num cão infetado não aparecem imediatamente. Com uma quantidade de vermes cada vez maior, o cão infetado poderá desenvolver tosse ou ficar cansado com facilidade. Qualquer um desses sinais deve ser investigado o mais rápido possível, através de uma visita ao Médico Veterinário.
O verme do coração não é fácil de tratar, portanto, é muito importante seguir as simples etapas preventivas disponíveis. Converse com o Médico Veterinário sobre as opções para prevenir a dirofilariose e planeie dar ao seu cão uma proteção ao longo de todo o ano, para que possa ficar mais tranquilo.
A LEISHMANIOSE
A leishmaniose é uma doença grave em cães e com elevada prevalência nos países da bacia mediterrânica como Portugal. Para além de afetar os cães, também pode afetar as pessoas, chamando-se por isso uma zoonose, ou seja uma doença comum a pessoas e a animais. No entanto, a transmissão da leishmaniose não ocorre diretamente de um cão para uma pessoa. Para um cão ou uma pessoa serem infetados, é necessário serem picados por um pequeno inseto, o flebótomo, que serve de vetor à leishmania, o parasita responsável por esta doença. Os animais podem ser assintomáticos durante muitos anos e apenas desenvolver a doença num período de imunodepressão. Os sinais clínicos da leishmaniose são muito variáveis e podem incluir:
- Febre
- Lesões oculares
- Hemorragia nasal
- Linfadenopatia (aumento generalizado dos gânglios linfáticos)
- Unhas anormais (sobrecrescimento e fragilidade das unhas)
- Perda de peso e apetite
- Intolerância ao exercício
- Insuficiência renal (aumento da ingestão de água e aumento da quantidade de urina e da micção)
- Alteração da pele e do pelo
O tratamento da leishmaniose canina é longo e complicado e apenas resolve os sintomas. Se o cão for diagnosticado e tratado a tempo, pode recuperar em grande medida a sua qualidade de vida, embora permaneça infetado e positivo à leishmaniose. Caso os animais não sejam diagnosticados e tratados, esta doença pode mesmo conduzir à morte.
É importante discutir com o seu Médico Veterinário o grau de risco do seu cão e as várias opções preventivas, como a repelência de longa duração e a vacinação contra a leishmaniose, mas também outras opções não farmacológicas tais como limitar os passeios noturnos nos meses mais quentes, utilizar redes mosquiteiras de malha fina nas portas e janelas para impedir a entrada dos flebótomos ou permitir que o seu cão durma em casa durante a noite.
Depois de oferecer ao seu pet os cuidados preventivos adequados, o próximo passo é obter informações sobre as doenças mais comuns nos cães, como identificá-las e o que fazer para ajudar a prevenir algumas delas.
ALGUMAS PREOCUPAÇÕES COM A SAÚDE DOS CÃES ADULTOS
DOENÇAS DENTÁRIAS
Cuidar dos dentes do seu cão desde a idade jovem é essencial. Hoje em dia, isto tornou-se muito mais fácil para os tutores de cães; existem vários produtos no mercado, desde pastas dentífricas específicas, com sabor a carne, até petiscos que combatem a placa bacteriana.
À medida que o seu cão tem mais idade, o seu Médico Veterinário avaliará, nas consultas regulares, se será necessário fazer outro tipo de intervenção como destartarizações, para prevenção de doença periodontal que pode ter não só consequências locais, como a perda de dentes, como sistémicas (doença cardíaca ou renal).
ORELHAS E OUVIDOS
Ocasionalmente, os cães podem apresentar dores de ouvidos, talvez associada a alergias ou infeções. Se isso ocorrer, os sinais podem ser uma combinação de prurido, vermelhidão, mau odor ou irritação. Converse com o seu Médico Veterinário sobre as recomendações para manter as orelhas do seu cão limpas. Algumas raças — possivelmente aquelas com orelhas maiores — podem ter mais problemas de ouvidos e precisar de atenção mais frequente.
SAÚDE DA PELE, PELO E ALERGIAS
Os cães também podem ter alergias, e isso ocorre quando o sistema imunitário identifica incorretamente uma substância inofensiva como sendo uma ameaça. Existem muitos tipos diferentes de alergias nos cães, incluindo ao pólen, ácaros, perfumes e, até mesmo, a alguns tipos de ingredientes alimentares, de forma muito semelhante ao que ocorre com os humanos. Picadas de pulgas podem ser a causa de uma alergia particularmente irritante para os cães, que é uma das razões pelas quais o controlo de parasitas é sempre importante para os seus pet. Alguns sinais de alergia podem incluir:
- Prurido
- Pele vermelha e irritada
- Dores de ouvidos
- Higiene excessiva
Pergunte ao seu Médico Veterinário sobre champôs e outros produtos recomendados para a pele. Infelizmente, alguns produtos podem agravar as doenças de pele. Lembre-se de que uma pele saudável fornece uma barreira natural resistente para proteger o seu cão.
DOR DE ESTÔMAGO
Um dos principais motivos que motivam os tutores a levar os seus cães ao Médico Veterinário é a preocupação com vómito e diarreia. Por vezes, estes sinais ocorrem devido à negligência com a alimentação ou como reação a algo que o seu cão ingeriu. Vómito e diarreia também podem ser indicação de outros tipos de doenças, por isso, não deixe de solicitar ajuda médico-veterinária quando necessário. A diarreia em cães pode causar desidratação rapidamente e pode ser um problema sério, por isso, entre em contacto com o seu Médico Veterinário e peça orientações sobre o que fazer.
Os sinais de diarreia são: fezes moles ou líquidas, necessidade de defecar com mais frequência ou, até mesmo, um “acidente” dentro de casa. Outros sinais a serem observados incluem:
- Aumento do volume de fezes
- Esforço durante a evacuação
- Mudanças de humor
- Letargia
- Fadiga ou fraqueza
- Sangue ou muco nas fezes
Manter um registo de qualquer sinal, observando a sua gravidade e periodicidade, pode ser muito útil para discutir possíveis causas com o seu Médico Veterinário. Além disso, informe o seu Médico Veterinário se suspeitar que o seu cão possa ter comido algo fora do comum.
Quando a diarreia é combinada com vómito repetido, isso pode tornar-se um grave problema de saúde rapidamente, mesmo num cão adulto, e você deverá marcar uma consulta com o seu Médico Veterinário. Um único episódio de vómito sem diarreia nem sempre é algo para se preocupar e pode ser apenas uma perturbação gástrica que se resolve sozinha. Um rápido telefonema para o seu Médico Veterinário pode resultar em algumas orientações úteis. Uma indisposição gástrica resolve-se com um período de jejum de 24 horas ou menos, seguido por uma dieta leve, oferecida em pequenas porções e com maior frequência.
Os cães são como nós e têm problemas de saúde que podem ser leves ou que podem requerer uma visita ao Médico Veterinário. O cuidado preventivo regular é a melhor maneira de manter o seu cão em plena saúde, e os tutores devem estar alerta para qualquer situação que surja e que necessite da sua atenção.
DIABETES
Assim como os seres humanos, os cães também podem desenvolver diabetes. Esta doença pode desenvolver-se numa idade mais avançada e é muito menos comum em cães jovens.
Alguns sinais que devem ser observados:
- Ingestão excessiva de água (sede excessiva)
- Mudanças no apetite
- Perda de peso
- Infeções de pele que não desaparecem ou recorrentes
Uma dieta saudável, um programa de exercícios regulares e visitas regulares ao seu Médico Veterinário ajudarão a reduzir o risco de diabetes.
CANCRO
O cancro não é uma única doença e pode surgir de várias formas diferentes, algumas moderadas e de pouca preocupação, outras muito mais graves.
Os sinais que devem ser observados e discutidos com o seu Médico Veterinário incluem:
- Caroços ou inchaços
- Feridas ou inchaços persistentes na pele
- Mudança no apetite
- Perda de peso
- O animal coxeia de forma persistente
- Dificuldade ao comer ou engolir
- Dificuldade ao respirar
Estes sinais também podem ocorrer devido a diversos outros problemas e devem ser observados e discutidos com o seu Médico Veterinário. Muitas formas da doença são prontamente tratadas e podem existir opções similares àquelas que são oferecidas às pessoas.
Manter o seu amigo saudável e feliz faz parte da grande alegria de tê-lo junto de si. Converse com o Médico Veterinário sobre os cuidados preventivos, incluindo o controlo de parasitas e os cuidados durante as férias, e esclareça as suas dúvidas. As avançadas opções de cuidados com a saúde disponíveis atualmente facilitarão o seu acesso a todos os tipos de lugares juntamente com o seu cão, sem que precise de se preocupar com os riscos para a saúde dele.
O seu Médico Veterinário desempenha um papel importante na saúde do seu Pet. Introduza as suas informações de localização e obtenha uma lista de Médicos Veterinários perto de si.
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